terça-feira, 14 de maio de 2013

Os Deuses Astronautas

Os Deuses Astronautas



Em 1968, o suíço Erick Von Däniken lançou um livro onde exploraria um assunto que décadas depois ainda seria tema de diversas discussões. O autor teoriza a possibilidade de que as antigas civilizações tiveram contato com uma raça proveniente do céu. E estes seres celestiais passariam a ser venerados e adorados em todo o mundo antigo, e a crença poderia ter passado de geração em geração até aos dias de hoje. Os mistérios que cercam o mundo antigo, os quais até hoje a Ciência foi incapaz de explicar, fazem-nos questionar: eram os deuses astronautas? 
            As Pirâmides de Gizé, as Linhas de Nazca, os misteriosos Moais da Ilha de Páscoa e outros mistérios arquitetônicos antigos despertam a curiosidade de cientistas de todo mundo. A Ciência ainda não conseguiu explicar como tais monumentos foram construídos em uma época em que os recursos tecnológicos que hoje nos auxiliam em tarefas corriqueiras sequer passavam pela mente humana. Tentativas de reproduzir a construção de alguns destes artefatos foram infrutíferas, o que atrai ainda mais a atenção do meio científico. Com poderia uma civilização primitiva construir estruturas tão complexas e perder este conhecimento? Com base nestes questionamentos, formulou-se uma teoria que tenta responder tal pergunta e explicar a origem da humanidade: a teoria dos deuses astronautas.
            Conhecida como uma reformulação da teoria do Paleocontato, a teoria dos deuses astronautas propõe que uma raça de seres alienígenas visitou a Terra há milhares de anos e manteve contato com o homem primitivo. Deste contato, o homem teria desenvolvido sua cultura, tecnologia e religião. Mas, a falta de conhecimentos teria levado o homem a cultuar estes seres desconhecidos como deuses, e tal crença pode ter sido a origem da maioria, senão de todas, as religiões posteriores. Tais propostas se tornaram populares através de escritores como Erick Von Däniken e Zecharia Sitchin.
            Däniken afirma que alguns monumentos antigos requeriam habilidades e tecnologias mais sofisticas do que as disponíveis na época de sua construção. Afirma também que tais artefatos podem ter sido construídos diretamente pelos astronautas, ou pelos humanos, que com eles teriam aprendido o conhecimento necessário. Dentre essas construções estariam Stonehenge, os Moais da Ilha de Páscoa e as Pirâmides de Gizé, além de artefatos misteriosos como a Máquina de Anticítera e as Baterias de Bagdá.
           
Escrituras ainda podem guardar um pouco da história destes visitantes do espaço. Na Ramayana, um dos grandes épicos sânscritos, que data entre 500 a.C. e 400 a.C., são descritos veículos voadores conhecidos como vimānas. Estes veículos eram usados como carruagens dos deuses. Ufólogos modernos atribuem às vimānas evidências de civilizações tecnologicamente avançadas no passado.
As Linhas de Nazca, no sul do Peru, também podem ser evidências da presença de seres extraterrestres há milhares de anos atrás. Estas linhas fora feitas no solo, removendo as pedras avermelhadas que cobrem a região, revelando o chão esbranquiçado por baixo. Juntas, estas linhas formam desenhos que só podem ser vistos do céu. Estudiosos acreditam que as Linhas de Nazca foram feitas pela civilização de Nazca entre 400 d.C. e 650 d.C., sendo descobertas somente em 1930, quando pessoas começaram a sobrevoar a região.
Com mais de 4 metros de altura e pesando mais de 12 toneladas, os moais também representam um grande mistério para a Ciência. Até hoje cientistas não conseguem explicar como estas estátuas foram movidas até sua atual posição. Relatos orais contam que seus construtores usavam poder divino para comandar que as estátuas andassem. Relatos mais recentes, dizem que o rei Tuu Ku Lhu era ajudado pelo deus Makemake.
A prática de alongamento de crânios também vem sendo vista como uma prova do contato extraterrestre. Na cultura egípcia antiga e em algumas culturas nativo-americanas esta prática era comum, e proponentes da teoria dos deuses astronautas acreditam que isto era feito para imitar os visitantes do espaço, uma vez que eles eram vistos como deuses. E pinturas renascentistas também apresentam figuras que se assemelham com objetos voadores descritos por pessoas que afirmam ter tido contato extraterrestre.
Como toda teoria, o Paleocontato também é criticado e tem sua credibilidade questionada, sobretudo por adeptos do criacionismo cristão. Alguns afirmam que Eram os Deuses Astronautas é um plágio de O Despertar dos Mágicos, de Louis Pauwels e Jacques Bergier, e que tenha sido influenciado pelo livro The Call of Cthulhu, de H.P. Lovecraft.
Até hoje a Ciência não encontrou uma resposta concreta para os mistérios que cercam o mundo antigo. Não podemos explicar como o homem conseguiu construir monumentos e artefatos que ainda despertam nossa atenção e admiração. Também não podemos dizer se de fato algum dia seres inteligentes de outro planeta estiveram entre nós. Mas, em um universo tão grande, poderíamos estar sozinhos?

Fontes e outras leituras:

sábado, 11 de maio de 2013

Nota aos Leitores

Olá, amigos.

Infelizmente, devido às atividades da minha universidade, que iniciei em março de 2012, estou há algum tempo sem novas postagens. Porém, este mês voltarei com algumas postagens, aproveitando o recesso de 21 dias. O blog vai se voltar para assuntos mais diversificados em relação à ciência e à religião, sempre de forma imparcial e de uma maneira simplória para que todos que acessarem o blog possam entender e aproveitar o contéudo da melhor maneira possível.

Atenciosamente,

Rodolpho Silva.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Universo Bem-Afinado


Deus e o Cosmos: A Teoria do Universo Bem-Afinado


Ao longo dos últimos anos, novas descobertas na física e na cosmologia podem enfim responder a maior questão da humanidade. Evidências mostram que a vida na Terra só é possível se as constantes físicas fundamentais estiverem dentro de uma faixa muito estreita, o que significa que, se alguma destas constantes fosse ligeiramente diferente, seriam improváveis a formação e o desenvolvimento da matéria, das estruturas astronômicas, da diversidade elementar e mesmo da vida como ela é conhecida hoje. Esta teoria, conhecida como “Teoria do Universo Bem-Afinado” pode ser, para muitos, a prova definitiva da existência de uma mente superior que muitos chamam de Deus. Conheça mais sobre esta teoria e como ela pode por fim a esta questão.

                A teoria do universo bem-afinado afirma que qualquer pequena mudança em alguma das constantes físicas fundamentais faria com que o universo fosse radicalmente diferente. Como Stephen Hawking notou, “As leis da ciência, como conhecemos hoje, contêm muitos números fundamentais, como o tamanho da carga elétrica do elétron e a razão entre as massas do próton e do elétron... O notável é que os valores destes números parecem ter sido finamente ajustados para tornar possível o desenvolvimento da vida”. Abaixo estão listadas cinco das constantes físicas mais finamente ajustadas:

Parâmetro
Desvio máximo
Relação Elétrons: Prótons
1: 1034
Relação Força Eletromagnética: Gravidade
1: 1040
Taxa de Expansão do Universo
1: 1055
Densidade de Massa do Universo
1: 1059
Constante Cosmológica
1: 10120

Estes números representam o desvio máximo dos valores aceitos, que poderiam impedir o universo de existir hoje, possuir matéria ou torna-lo inadequado para qualquer forma de vida.

                Veja alguns exemplos do que aconteceria caso algumas das constantes físicas fundamentes fosse ligeiramente maior ou menor:

1.       Força Nuclear Forte:
Se maior: nenhum hidrogênio iria se formar; o núcleo atômico da maioria dos elementos essenciais para a vida seria estável; logo, a vida não existiria;
Se menor: nenhum elemento mais pesado do que hidrogênio se formaria; ou seja, a vida não existiria.

2.       Força Nuclear Fraca:
Se maior: muito hidrogênio seria convertido para hélio no Big Bang; daí, as estrelas converteriam muita matéria para elementos pesados, tornando a vida impossível;
Se menor: muito pouco hélio seria produzido após o Big Bang; logo, as estrelas converteriam muito pouca matéria para elementos pesados, impossibilitando a vida.

3.       Força Gravitacional:
Se maior: as estrelas seriam muito quentes, e queimariam muito rapidamente e de forma desnivelada para a química da vida;
Se menor: as estrelas seriam muito frias para a fusão nuclear; logo, a maior parte dos elementos necessários para o desenvolvimento químico da vida não se formariam.

4.       Força Eletromagnética:
Se maior: ligações químicas seriam desfeitas; elementos mais massivos do que o boro seriam instáveis para a fissão;
Se menor: as ligações químicas seriam insuficientes.

5.       Taxa de Expansão do Universo:
Se maior: nenhuma galáxia se formaria;
Se menor: o universo entraria em colapso, antes mesmo das estrelas se formarem.

Estas evidências podem ser a prova de que o universo, de fato, é algo idealizado e que “pode existir uma mente superior capaz de manipular (ou definir) as leis que o regem”, como notou William Lane Craig, teólogo e filósofo estadunidense. Mas, Craig argumenta que “o postulado de um designer inteligente não resolve para nós a questão religiosa”.

O filósofo cristão Alvin Plantinga argumenta que o acaso, aplicado a um universo único e exclusivo, apenas levanta a questão de “como este universo é tão sortudo a ponto de ter as condições precisas para suportar vida em pelo menos um lugar e tempo”.

Diante desta teoria e das evidências, fica claro que a vida só existe porque as leis que regem o universo são matematicamente precisas. Diante disso, nos restam apenas dois caminhos: acreditar que estamos aqui por simples acaso, ou aceitar que estamos aqui por algum motivo.

Fontes:

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Descobertas Arqueológicas à Favor do Cristianismo


Descobertas Arqueológicas à Favor do Cristianismo

Ao longo dos anos, novas descobertas arqueológicas trazem à tona a veracidade de alguns relatos bíblicos e fortificam a possibilidade da existência da mais importante figura do Cristianismo: Jesus Cristo.

Veja algumas destas descobertas:

1. Túmulo do Apóstolo Filipe:

                Em 27 de Julho de 2011, de acordo com a agência turca Anadolu, o professor italiano Francesco D’Andria, no comando da exploração, afirmou que fora encontrado na cidade turca de Pamukkale, antiga Hierápolis, o túmulo do apóstolo Filipe.
                “Há anos tentamos encontrar o túmulo de Filipe. Finalmente o encontramos entre os escombros de uma igreja que escavávamos há cerca de um mês”, explicou o arqueólogo.
                Filipe foi um apóstolo de Cristo e mártir. Pregou o Evangelho na Palestina, Grécia e na Ásia Menor. Acredita-se que morreu crucificado de cabeça para baixo ou decapitado em Hierápolis em 80 D.C.





2.  Ossuário de Tiago, irmão de Jesus:

                Em Outubro de 2002 foi anunciado que uma caixa funerária que se acreditava ser do apóstolo Tiago havia sido descoberta. A caixa tinha uma inscrição que dizia, em aramaico, “Tiago, filho de José, irmão de Jesus”. A legitimidade da caixa foi posta em xeque por mais de cinco anos. Acreditava-se que o trecho “irmão de Jesus“ era falso uma vez que naquele tempo costumava-se imprimir no caixão do indivíduo morto apenas a filiação. Contudo, especialistas no teste de carbono-14 afirmaram que a inscrição do nome de Jesus era antiga e, consequentemente, verdadeira.
                Tiago, o Bispo de Jerusalém, morreu em 62-69 D.C.

3. Ossuário da Família Que Condenou Jesus:

                Arqueólogos israelenses descobriram uma caixa funerária pertencente à família do sacerdote que comandou o julgamento de Jesus. O artefato de pedra data do primeiro século da Era Cristã e tem em torno de 2000 anos.
                A inscrição no ossuário diz, em aramaico, “Miriam [Maria], filha de Yeshua [Jesus], filho de Caifás, sacerdote de Maazias de Beth Imri”. Caifás foi o sumo sacerdote do Templo de Jerusalém que, segundo as Escrituras, participou do julgamento de Jesus.
                O governo israelense afirmou que a peça estava nas mãos de traficantes de antiguidades, o que dificulta o estudo de seu contexto original. Mas a sua autenticidade já foi provada.

4. Primeira Prova da Existência da Belém Bíblica:

                Arqueólogos israelenses anunciaram em 23 de Maio de 2012 a descoberta de um selo feito de argila com a inscrição “Bat Lechem”, que pode ser a primeira prova da existência de Belém na época descrita na Bíblia.  Trata-se de uma esfera de argila que se usava para carimbar documentos e objetos. A peça foi encontrada nas escavações da Cidade de Davi, situada no povoado se Silwán, no território ocupado de Jerusalém Oriental.
                O descobrimento remete a uma época posterior, a do Primeiro Templo Judeu (1006-586 a.C.), citada no Antigo Testamento como parte do reino da Judeia.
                “É a primeira vez que o nome de Belém aparece fora da Bíblia em uma inscrição do período do Primeiro Templo, o que prova que Belém era uma cidade no reino da Judeia e possivelmente também em períodos anteriores”, assinalou o responsável pelas escavações, Eli Shukron, em comunicado.


Fontes:
Túmulo do Apóstolo Filipe:

Ossuário de Tiago, irmão de Jesus:

Ossuário da Família Que Condenou Jesus:

Primeira Prova da Existência da Belém Bíblica:



domingo, 6 de maio de 2012

O Universo: Maravilhas de Deus


Buraco-Negro

Imagem computadorizada de um buraco-negro
Um buraco-negro é uma região do espaço-tempo onde a gravidade é tão forte que nada que se aproxima dele, inclusive a luz, pode escapar. A teoria da relatividade geral de Einstein prediz que uma massa suficientemente compacta pode deformar o espaço-tempo para formar um buraco-negro. Ao seu redor existe uma superfície matematicamente definida chamada de horizonte de evento, que marca o ponto de não retorno. É chamado “negro” porque absorver toda luz que atinge esse horizonte, refletindo nada, como um corpo negro perfeito na termodinâmica. A mecânica quântica prediz que os buracos-negros emitem radiação como um corpo negro com temperatura finita. Esta temperatura é inversamente proporcional à sua massa, dificultando a observação desta radiação por buracos-negros de massa estelar ou maiores.


Apesar da possibilidade fundamental da existência deste objeto dentro da clássica teoria da gravidade de Newton, a teoria de Einstein faz com que os buracos-negros sejam inevitáveis dentro de certas circunstâncias. Com a descoberta de quasares em 1963 se tornou claro que objetos astrofísicos exóticos poderiam existir. Hoje em dia é aceito que os buracos-negros existem sob duas formas diferentes.

Existe um consenso geral de que existem buracos-negros no centro da maioria das galáxias. Em particular, existem evidências da existência de um buraco-negro de mais de 4 milhões de massas-solares em nossa galáxia, a Via Láctea.


Estrelas Hipergigantes

Ilustração da VY Canis Majoris, localizada na Constelação de Cão Maior.

Uma hipergigante é uma estrela com imensa massa e luminosidade. O termo “hipergigante” é comumente usado para as estrelas mais massivas encontradas, apesar de haver definições mais precisas. A luminosidade de uma hipergigante chega à escala de milhões de vezes maior do que a do Sol. Sua temperatura varia entre 3500 K e 35000 K. Quase todas as hipergigantes exibem variações de luminosidade ao longo do tempo devido à instabilidade de seu interior. Por causa de sua massa, o tempo de vida deste tipo de estrela é muito curto em escolas astronômicas: pouco menos que milhões de anos comparados aos quase 10 bilhões de estrelas como o Sol. Por isso, estas estrelas são extremamente raras e poucas são conhecidas.

Hipergigantes são difíceis de serem estudadas devido à sua raridade. Por razões ainda desconhecidas, parece existir um grande limite de luminosidade para as hipergigantes mais frias (as amarelas e vermelhas): nenhuma delas tem o brilho maior do que 500 000 vezes o do Sol.

A maior estrela conhecida é a VY Canis Majoris. É uma hipergigante vermelha situada na constelação de Cão Maior (do latim Canis Majoris). Seu diâmetro mede em torno de 1800-2100 raios solares e está a aproximadamente 4900 anos-luz da Terra. Se o Sol fosse uma formiga de menos de 2 mm de altura, a VY Canis Majoris seria um elefante com 3 metros de altura.

Hipernova

Eta Carinae: candidata a hipernova no futuro astronômico.
Uma hipernova refere-se a uma estrela imensamente larga que colapsa no término de sua vida. A radiação expelida por uma hipernova próxima poderia provavelmente acabar com a vida na Terra; contudo, nenhuma hipergigante está localizada próxima o bastante da Terra para nos ameaçar. Um grupo liderado por Brian Thomas, um astrofísico da Universidade de Washburn, no Kansas, EUA, conjecturou que uma hipernova pode ter causado a extinção em massa na Terra que ocorreu há 440 milhões de anos atrás, mas não há evidências.

Eta Carinae, da constelação da Carina, a 7500-8000 anos-luz do Sol, é uma grande candidata à se tornar uma hipernova no futuro.


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Fontes:

sábado, 21 de abril de 2012

Deus e a Lógica: Paradoxo de Epicuro


Deus e a Lógica: Paradoxo de Epicuro

Poderiam Deus e o mal coexistir? Segundo a lógica do filósofo grego Epicuro de Samos, o deus cristão não poderia existir em um mundo onde o mal habita. Contudo, tal pensamento pode ser falseado através de alguns conceitos cristãos.

 O paradoxo diz:
  • Se for omnipotente e omnisciente, então tem conhecimento de todo o Mal e poder para acabar com ele, ainda assim não o faz. Então Ele não é Bom.
  • Se for omnipotente e benevolente, então tem poder para extinguir o Mal e quer fazê-lo, pois é Bom. Mas não o faz, pois não sabe o quanto Mal existe e onde o Mal está. Então Ele não é omnisciente.
  • Se for omnisciente e benevolente, então sabe de todo o Mal que existe e quer mudá-lo. Mas isso elimina a possibilidade de ser omnipotente, pois se o fosse erradicava o Mal. E se Ele não pode erradicar o Mal, então por que chamá-lo de Deus?

Levando-se em consideração a ideia geral do paradoxo, ele poderia ser resumido desta maneira:

“Se Deus é bom então ele combate o Mal.”

Em linguagem matemática, ou mais necessariamente, na lógica matemática, este tipo de sentença (condicional) é estruturado desta maneira: “se p então q”, o que significa dizer que “p implica q”:

p → q

A primeira condição (p) é suficiente para a ocorrência da segunda, ou seja, ela garante que “q” ocorra, o que não significa dizer que é a única maneira pela qual a segunda pode ocorrer. E “q” é necessária para a ocorrência de “p”, ou seja, se “q” não ocorrer, isso significa que “p” também não ocorreu:

~q → ~p (lê-se “não q implica não p”).

Logo, pela lógica de Epicuro, se Deus não combate o mal, então ele não é bom.

Mas, vamos fazer o caminho contrário e utilizar uma sentença equivalente para entender se de fato esta lógica se aplica a Deus: “Se Deus é mal então ele combate o bem”.

Veja que a sentença mantem a mesma ideia da negativa de p e de q (Deus não combate o mal, logo ele não é bom, e se ele não é bom, ele é mau). Já sabemos que a não ocorrência de “q” implica a não ocorrência de “p”, e sabemos que Deus não combate o bem, logo ele não é mau.
Então, a ideia de que alguém é bom se este mesmo combate o mal é logicamente errônea (para se ser bom, não é necessário combater o mal, mas apenas não praticá-lo).

Além disso, a lógica de Epicuro bate de frente com outra questão: o livre-arbítrio. O livre-arbítrio é o direito universal da escolha. Segundo esta ideia, Deus nos dá total liberdade de agir e de decidir entre fazer o bem e o mal. Então, desde o momento em que Deus interfere em nossas vidas, o livre-arbítrio deixa de existir. Daí pode-se criar outra sentença lógica:

“Se Deus interfere em nossas vidas então nós não temos o livre-arbítrio”.

Pelo cristianismo, sabemos que somos dotados do livre-arbítrio, logo Deus não interfere em nossas vidas. Poderíamos dizer também que “Deus só interfere em nossas vidas se, e somente se, não temos o livre-arbítrio”:

p ↔ q = p → q e q → p = ~p → ~q e ~q → ~p

Ou seja, para que Deus possa intervir em nosso mundo de uma forma geral, é necessário que abramos mão do nosso direito de escolha. Seja pelo bem ou pelo mal, é necessário aceitar a vontade de Deus em nossas vidas para que enfim possamos vê-lo se manifestar.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

A Divina Proporção: A Matemática da Natureza


Ao observar a natureza, percebemos que a mesma obedece a leis muito bem definidas. Em toda a sua magnificência, ela nos mostra uma grande precisão matemática em sua formação.  E até hoje diversos matemáticos se deslumbram com presença notável de um número irracional em infinitos elementos naturais: o número de ouro.

A Divina Proporção

O número de ouro (também conhecido como “proporção áurea” ou “divina proporção”), representado pela letra grega Φ (phi, lê-se “fí”), é um número irracional e misterioso que se apresenta na natureza sob a forma de uma razão. Seu valor arredondado em três casas decimais é 1,618. Uma das mais famosas aplicações feitas deste número notável está na construção do Parthenon (templo em homenagem à deusa Athena, datado do século V a.C.). E ele está presente também no mais famoso monumento egípcio: a Grande Pirâmide de Gizé.

A famosa Sequência de Fibonacci também apresenta o número de ouro em sua razão de crescimento. As sucessivas razões entre um número e o seu respectivo antecessor vai se aproximando do número de ouro:


Sequência de Fibonacci = {1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21,...}

 \frac{2}{1}= 2

 \frac{3}{2}= 1,5

 \frac{5}{3}= 1,666...

 \frac{8}{5}= 1,6

 \frac{13}{8}= 1,625


Um Enigma da Natureza

Com status de “quase mágico”, Φ está presente principalmente em crescimentos biológicos:

A proporção em que o diâmetro das espirais de sementes de um girassol aumenta é igual ao número de ouro;

A proporção em que diminui o número de folhas de uma árvore à medida que subimos é igual ao número de ouro;

A razão entre o número de fêmeas e o número de machos em qualquer colmeia é igual ao número de ouro;

A proporção em que cresce o raio do interior da concha do náutilos (espécie de caramujo) é igual ao número de ouro;

No corpo humano, a altura do corpo dividida pela distância entre o umbigo até o chão é igual ao número de ouro, e também o são a razão entre a altura do crânio e a medida entre a mandíbula e o alto da cabeça e a razão entre o comprimento do ombro à ponta do dedo e o comprimento do cotovelo à ponta do dedo.


Além desses exemplos, sabe-se que a proporção áurea está presente no DNA, no comportamento da refração da luz, nas espirais galácticas, nos marfins de elefantes, nas trombas dos elefantes, nas escamas de peixes, nas ondas dos oceanos, nos furações, etc.

Por fim, fica uma pergunta: se a natureza se apresenta com tal precisão matemática, poderia a mesma ser fruto de um simples acaso ou resultado de um planejamento minucioso idealizado por um grande projetista?